domingo, 1 de maio de 2011

Dubiedade

Consegues ouvir-me cair?
Em sono profundo.
Consegues ouvir-me gritar?
Contra o vazio.

Quando a dor se torna ingente
e eu mal consigo te ver sorrir,
eu fico negro, a emitir
na face um sorriso dolente,
o mesmo olhar demente,
sem meu espírito a fulgir.
E aquela minha maior certeza,
hoje não passa de dubiedade,
sua franqueza, trás consigo brevidade,
falta clareza; à mim certeza
de deixar o sentimento pungir.
A dúvida que me corta,
a promessa sua, hoje torta,
torna minha face morta.
Oh, veja-me sucumbir!

Consegues ouvir-me chorar?
Lágrimas secas entre espinhos.
Consegues ouvir-me morrer?
Entre murmuros e dores, morro sozinho.







- Estava escutando a Partimpim e me lembrei das vezes que você cantava.
- Cansei de ouvir que minha voz era desafinada.
- Mas eu adorava escutar até que um dia, você parou.
- De fato, verdade.
- Nunca fomos feitos um para o outro, não?
- Acho que não existam "pessoas-feitas-uma-para-outra", mas sim que se moldam, se sacrificam, se esforçam para dar o seu melhor à outra.
- Acrecita em destino? Eu acredito que não adianta tentar mudar algo que já está destinado a acontecer. Quando tentamos modificar, acabamos estragando bem mais.
- Mas só temos como saber, tentando.
- Bem, tentamos de diversas maneiras e sempre resultou na mesma coisa.
- De fato, verdade.

...

"Os maus ventos da vida sopraram imperfeições contra nós, mas acho que em vez de inutilmente tentarmos desviar deles, deveríamos tê-los sentido para que víssemos que mesmo com tantos obstáculos, nossas mãos poderiam ter continuado juntas."
Wes~

...

- Você sabe quem eu amo, Wes, nunca escondi isso de você.

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